A Ordem dos Enfermeiros às 17h de dia 1 de janeiro, feriado nacional, tornou pública uma convocatória para Assembleia Geral a decorrer no dia 3, passadas 48 horas.
Perante tal fato, recebeu este blogue, uma posição pública de 5 colegas que aqui transcrevemos.
Possibilitando, desde já, que outros colegas se associem à esta posição, subscrevendo
aqui (enviar mail com nome e localidade a dizer "
Subscrevo - A quem serve uma AG com a presença de 0,1% dos Enfermeiros Portugueses" o referido texto.
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"A quem serve uma Assembleia Geral com a presença de 0,1% dos Enfermeiros portugueses?
Os signatários, antigos dirigentes da Ordem dos Enfermeiros, vêm por este meio manifestar a sua veemente indignação pela prática reiterada de convocatórias para Assembleias Gerais da Ordem dos Enfermeiros Portugueses com a antecedência de 48 horas, tal como aconteceu com a que ocorreu hoje em Coimbra, o que desprestigia o órgão de participação dos enfermeiros e em última análise a própria profissão.
Face a tal prática e sem qualquer surpresa, e de acordo com números apurados ao início da tarde, na Assembleia Geral de hoje só estiveram presentes cerca de 70 enfermeiros, ou seja, cerca de 0,1% dos membros da Ordem.
Convocar Assembleias com 48 horas de antecedência, sem apresentar qualquer justificação da sua emergência, é imoral e conduz a que seja objectivamente interpretado como a vontade de impedir a participação dos membros nas decisões que lhes dizem respeito.
Por isso os signatários têm o direito de se questionar: quem tem medo de quê? Será que se pretende impedir a análise, discussão e decisão pelos enfermeiros sobre matérias que a todos dizem respeito? Será que os actuais órgãos da OE pretendem decidir o futuro da profissão sozinhos? A quem servirá tal estratégia tão redutora, em que 70 decidem por 70.000?
À semelhança de outros antecedentes, convocadas da mesma forma, esta Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros tinha na sua Ordem de Trabalhos vários pontos muito importantes para os Enfermeiros portugueses, designadamente, e entre outras, questões que se reflectem na carreira. Acrescenta ainda que também o Relatório de Actividades e Contas de 2016, que foram reprovados noutra Assembleia Geral voltam a estar em apreciação sem qualquer alteração.
E não vale a pena justificar o injustificável, invocando os Estatutos actualmente em vigor, os quais, de resto, são nestes pontos iguais aos anteriormente em vigor. Uma Assembleia Geral Extraordinária PODE ser convocada com 48 horas de antecedência mas apenas quando a premência de decisões a tomar o exija. Apenas isso. Qual dos pontos da Ordem de Trabalhos se inscreve nessa premência? Qual a razão objectiva para tal comportamento?
Os signatários consideram este comportamento imoral e assumem o compromisso de divulgar esta tomada de posição convidando os Colegas a juntarem-se a esta indignação pois está em causa a participação democrática, pluralista, informada, na vida da organização e no futuro da Enfermagem.
Lisboa, 3 de Janeiro de 2018