"Que, do contributo dos enfermeiros portugueses para enfrentar o desafio da pandemia covid-19, o poder político ajuste as medidas que se impõem para garantir a melhoria das condições para o exercício profissional."
Posição Pública da Cidadania na Enfermagem :
Texto por nós enviado ao e Ministério da Saúde e aos:
- Grupos Parlamentares
- Escolas de Enfermagem
- Aces
- Hospitais
- Sindicatos
Reproduzido na integra no Jornal Púbico de hoje, pode ler
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Antena 1 - Ouvir
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Noticiado pelo portal Sapo, pode ler
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"DIA MUNDIAL DA SAUDE – 7 DE ABRIL
A OMS DECLAROU 2020 COMO ANO DE APOIO AOS ENFERMEIROS E DECLAROU
QUE A EFEMÉRIDE DO DIA MUNDIAL DA SAÚDE – 7 DE ABRIL É DE SUPORTE A ESTES
PROFISSIONAIS
A OMS ESTIMA QUE SÃO NECESSÁRIOS MAIS 9 MILHÕES DE
ENFERMEIROS ATÉ 2030 PARA ALCANÇAR OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Assinalar o Dia Mundial da Saúde, em torno do que foi a
decisão da OMS é, no quadro em que hoje vivemos, reafirmar os enfermeiros no
mundo e no nosso país são um pilar essencial na resposta aos desafios que a
pandemia coloca, em simultâneo com as respostas que importa garantir às
necessidades em cuidados de saúde aos cidadãos.
Vivemos um momento de mobilização global. Devemos
reconhecer o facto de o país ter como pilar essencial um Serviço Nacional de
Saúde, onde a ninguém são recusados cuidados de saúde, demonstrando que, mesmo
com dificuldades decorrentes de anos de desinvestimentos, sem este instrumento
público a resposta, que uma pandemia exige seguramente seria bastante mais
frágil. É também neste quadro que vivemos que se confirma que, quando esgotados
os recursos disponíveis do SNS, a disponibilização do setor social e privado,
devidamente coordenado, evidencia a complementaridade que a Lei de Bases da
Saúde consagra.
As respostas em saúde exigem um efetivo trabalho em
equipa onde todos e cada um são essenciais, e com as suas competências garantam
o melhor que se pode oferecer a quem se confia aos seus cuidados. Ninguém é
dispensável – enfermeiros, médicos, técnicos superiores de diagnóstico e
terapêutica, assistentes técnicos, assistentes operacionais, farmacêuticos,
nutricionistas, psicólogos, administradores hospitalares e outros.
Contudo, e no quadro do Dia Mundial da Saúde, é
importante relevar que os enfermeiros, sendo o maior grupo profissional e
decorrente da natureza da sua profissão, são aqueles que durante 24 horas
asseguram a continuidade e a segurança dos cuidados nos hospitais, nos cuidados
continuados, nos cuidados de saúde primários e em muitos residências e lares.
Também, nos cuidados de proximidade, os enfermeiros são
um pilar estruturante para garantir a disponibilidade, a continuidade e a segurança
dos cuidados. São sobretudo os enfermeiros que percorrem bairros e aldeias,
vales e montes para dar o suporte necessário a quem em suas casas necessita de
cuidados. São também os enfermeiros que garantem nos Centros de Saúde as
intervenções de vigilância, prevenção e promoção, entre outras a concretização
do Plano Nacional de Vacinação.
É nos diferentes contextos, identificando as necessidades
e as respostas possíveis, que se evidencia a capacidade de adaptação dos
milhares de enfermeiros em todo o país, mobilizando-se na reorganização dos
serviços e na gestão dos recursos disponíveis, alterando e prolongando os seus
horários de trabalho, alterando a sua vida familiar e social para que para cada
cidadão, de acordo com prioridades, possa ter a resposta adequada.
Sabemos que os enfermeiros estão sujeitos à tensão diária,
que é marca dos tempos, que o covid-19 impõe mas que não se deixam tolher pelo
medo e por isso conseguem minimizar as dificuldades que a carência de
profissionais torna mais evidente face à realidade que vivemos. É no
ultrapassar das dificuldades que aos enfermeiros gestores é colocado um desafio
particular na gestão dos recursos disponíveis, humanos e materiais, de forma a
que aqueles que garantem a prestação de cuidados sintam no seu quotidiano o
apoio necessário capaz de motivar e garantir a necessária coesão das equipas.
Sabemos que esta gestão implica mobilização de uns
serviços para outros, horários prolongados que permitam uma gestão de equipas
em espelho de forma a prevenir estados de exaustão que por si só são fator de
risco acrescido na oferta dos cuidados de enfermagem mas também para minimizar
riscos de contágio e incrementar o tempo de isolamento social.
Todos somos convocados para o apoio mútuo onde cada um e
cada uma, ombro a ombro, contribuem para a resistência à pressão que continuamente
sofrem, em entreajuda ao colega com quem partilha essa mesma pressão.
Esta realidade, que hoje atravessa o mundo, atribui um
sentido maior à declaração da OMS para o ano 2020 e para o Dia Mundial de Saúde
de apoio aos enfermeiros.
Na sua página oficial podemos ler:
“Year of
the Nurse and the Midwife 2020
Nurses and midwives play a vital
role in providing health services. These are the people who devote their lives
to caring for mothers and children; giving lifesaving immunizations and health
advice; looking after older people and generally meeting everyday essential
health needs. They are often, the first and only point of care in their
communities. The world needs 9 million more nurses and midwives if it is to
achieve universal health coverage by 2030.
That’s why the World
Health Assembly has designated 2020 the International Year of the Nurse and the
Midwife.
Join WHO and partners including,
the International Confederation of Midwives (ICM), International Council of
Nurses (ICN), Nursing Now and the United Nations Population Fund (UNFPA) in a
year-long effort to celebrate the work of nurses and midwives, highlight the
challenging conditions they often face, and advocate for increased investments
in the nursing and midwifery workforce.”
Este destaque e apelo das Organizações
Internacionais é o reconhecimento inequívoco do percurso histórico que estes
profissionais fizeram a partir do final do século XIX com o impulso que
Florence Nightingale imprimiu à saúde em geral com diversos e importantes
contributos, entre os quais a demonstração “simples” de que as medidas de
higiene e o lavar das mãos salvam vidas.
Continuemos o seu legado e que, do contributo
dos enfermeiros portugueses para enfrentar o desafio da pandemia Covid-19 e
suportado nas orientações da OMS, o poder político ajuste as medidas que se
impõem para garantir a melhoria das condições para o exercício profissional:
maior reconhecimento e valorização do seu trabalho, melhoria das condições para
o exercício da profissão, reconhecimento do risco acrescido decorrente do
exercício, reconhecimento do papel dos que têm a função de gestão, um maior
número de enfermeiros com o necessário equilíbrio na sua distribuição por áreas
de intervenção e geográfica, a valorização das competências dos enfermeiros
especialistas.
Todos estamos a aprender com o embate da
crise que vivemos. Podemos sair dela mais fortes apesar das vulnerabilidades,
mais resilientes apesar das perdas, porque percebemos melhor o que tem de ser
feito e também os cidadãos terão compreendido e sentido como é importante o
reforço do SNS.
Os
enfermeiros e as enfermeiras em todo o mundo e no nosso país são parte
integrante desta força. Por isso dizem PRESENTE.
Em representação da Cidadania na
Enfermagem
Augusta Sousa
João Fernandes
Pedro Aguiar"